quinta-feira, 19 de maio de 2011

Colateral - 164



Nana Roig é minha irmã.  Mora pelos pampas.  Tá toda feliz porque voltou a trabalhar.  Ou seja, louca de pedra...
Lembrei dela porque, depois que acaba, a gente tem mania de achar que nem sofreu.
É a tal história da utopia, que o Léo me aplicou no coments do Sonhos.
Já postei a Janela sobre a Utopia, mas o blog é meu e posto quantas vezes eu quiser:
“Ela está no horizonte - diz Fernando Birri. - Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais a alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para caminhar.”

Lembrei da Nana porque sofreu como uma santa nas 12 sessões de fisioterapia dela.  E já tá toda trelelê, com saudades dos amigos da OncoSinos.  É que hoje fazem exatos cinco meses de briga com uma úlcera que o Sutent abriu na minha canela.
Remedinho bacana, mas avassalador.

Era um tal de limpar com água oxigenada, passar Dermacerium Pomada duas vezes por dia, correr na Drogaria Araújo porque a gaze tinha acabado, ...  Um desespero.  Cinco meses trocando o curativo duas vezes por dia.
A ferida ia cicatrizando devagarzinho.  Eu olhava e a bicha estava igualzinha.  Leco, meu personal oncologist falava:
-  Olha na borda que você vê o epitélio formando...
Eu olhava e nada de epitélio...

Hoje, que nem a Nana, eu olho e fico com saudade do desespero.
Olho de cima, superior.

É que, depois deste jejum de 5 meses, sábado caio na piscina pra brincar de golfinho com o Tomás.

Quer dizer, golfinho, ele. 
Eu vou atrás feito uma orca louca, ao som de Free Willy ...



Nenhum comentário: