Tomás faz 6 anos dia 25 de agosto. Eu, faço 4 dia 1º de setembro, depois que o
Xande, meu personal urologist começou
a comemorar minha operação. Sei lá de
onde Tomás escutou a conversa mas domingo, quando nós dois fomos abrir a porteira
do Meu Sítio, ele começou o inquérito.
- Vô, num é que
quando você não estiver mais doente, a gente vai lá em cima no lago lonado pra pescar?
Meio hesitante, concordei.
- É capaz de, quando
você fizer sete anos, talvez a gente possa fazer isto.
Ele continuou:
- Não é que nós também
vamos brincar lá na praia de areia do riachinho?
Vamos sim, Tomás. Se
tudo der certo, vamos sim.
Tá achando que acabou?
E lá vem mais.
- E não é que você
vai selar o Rapadura pra gente andar a cavalo também?
Como eu já estava começando a ficar pré-cansado, só de
imaginar a surra que estava prenunciando pra eu levar, lembrei o menino da minha
ancianidade e da mobilidade reduzida.
- Acho que vamos sim,
Tomás. Mas mesmo quando eu não estiver
mais doente, eu ainda vou estar velhinho, velhinho.
Tomás, meio cansado dessas artimanhas de quem tá fugindo de
serviço, concluiu a conversa:
- Eu te ajudo.
E mais não disse e não lhe foi perguntado. Ficamos assim.
Mas, da minha parte, já tô meio preocupado com a agitação que me
espera...