quarta-feira, 13 de junho de 2012

Santo Antônio



Quem passou o dia dos namorados sem companhia pode bem se apegar com este daqui.  Tem um tanto de simpatia que liga Santo Antônio aos que amam.  A mais punk delas recomenda que se separe o Menino Jesus que está nos braços de Santo Antônio e se ameace o santinho dizendo que, enquanto ele não trouxer uma pessoa amada para você, também não terá o pequeno de volta.  Precisa ser muito sem loção, como diz minha Bonequinha de Porcelana, pra tamanha ousadia com o santo. 
Eu sei que uma vez fiz uma bandeira de Santo Antônio pro Meu Sítio e, no ano seguinte, Diogo e Carol se casaram.  No outro, foi a vez de Regina, minha irmã.
Mesmo se você não tiver fé, melhor não se atrever...

Aqui em casa, dia 13 de junho marca o início das festas juninas e também é aniversário do Diogo.  Diogo, claro, Antônio, na melhor tradição de Minas Gerais.  O que, ao longo de seus trinta e uns anos, gerou divertidíssimas festas juninas na família.  Era sempre quentão, quadrilha, música de São João, sombrancelha de rolha queimada, calça remendada, uma festa só.   

Nos últimos tempos, tem sido um motivo ótimo pra gente encher o Meu Sítio com os amigos dos meninos.  Eles mesmos organizam.  Quem quer, leva barraca.  Quem quer, fica no hotelzinho da cidade.  Quem quer se amontoa em colchões espalhados pelos quartos. Acho que a coisa virou moda com esta moçada.  A gente entra com a comida e eles levam bebida e alegria.  Domingo passado, Dona Maria fez uma galinhada com um punhado de legítimas caipiras.  Foi farra que durou o final de semana todo.

Eu até me lembrei de uma história que você vai achar que foi coisa de Tomás. É que Diogo levava tão a sério a liturgia da (sua) data que houve uma época em que ficou meio pavlovianamente condicionado.  Qualquer aniversário de coleguinha dele, fosse em novembro ou fevereiro, o menino fazia questão de se vestir a caráter e nos obrigava sempre a intermináveis e cansativas negociações.
-  Mas é aniversário...  tem que vestir de jeca!

Fala se Tomás não tem a quem puxar...  Fala? 

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Circo




Quando Monica Sartori era nada além do que mulher do Mário Vale, uma vez me pediu que comprasse uma obra dela.  Duro de todo, não consegui fazer nada além de lamentar.  Com os olhos cheios dágua, ela me deu a gravura de presente.  O preço seria que eu pusesse na moldura.  Dizia que não agüentava mais a obra dela não estar exposta.
No dia, a gente acabou acertando o casamento de nossos filhos, Ciça e Luisinho, ou recém nascidos ou bebês de colo, não lembro direito.


De lá pra cá, Mônica virou artista respeitada, com obras expostas na Bienal de São Paulo e pelo mundo afora.  Amílcar de Castro costumava dizer que invejava o jeito livre, parecendo criança, que Mônica imprimia em suas obras.
O casamento dos meninos foi um fracasso.  Ciça virou um mulherão gigante desde os 13 anos e Luisinho mal e mal chegava nos ombros dela.  Os dois só se cumprimentavam de longe, envergonhados da peraltice dos pais.


Luisinho, desde a adolescência, cismou de ser mágico e mexer com malabares.  Fosse filho meu, já tinha cortado ele na cinta pra largar dessa bobagem e fazer logo uma faculdade de verdade.  Engenharia, Medicina ou mesmo Direito, que nem Mário Vale, que nunca pegou seu diploma.  Mas o menino nasceu com o pai e a mãe que são a cara dele.  Ou vice versa.  Foi trabalhar com o povo da Spazo Escola de Circo um tempo, pegou sua graduação em Belas Artes e foi pra Bélgica, na ESAC, estudar circo, depois de inocular no irmão Pedro o mesmo vírus.  Virou um mega artista multimídia.


De vez em quando vejo notícias dele.  Casado com uma finlandesa, vive pirulitando pelo mundo, se apresentando.  Deve ficar me jogando na cara.  Hoje pode estar em Paris, semana que vem em Tóquio, na outra em Londres, depois São Petersburgo.  Vive me esnobando pelo facebook.


E eu aqui pensando que foi sorte dos dois os pais que tiveram.


ps:  O vídeo lá de cima acho que foi o trabalho de conclusão de curso dele na Bélgica (do Luizinho).  O daqui debaixo, o do Pedrinho.