quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Crias - 127



Dênio foi meu braço direito por onde eu passei.  Trabalhou comigo na Cedro, na Alterosa e onde eu ia, pedia sempre que ele me ajudasse a organizar o projeto.  E juntos a gente fez belas inventações de moda pela vida.

Esta semana eu fui a uma aula dele, assistir uma palestra do Diogo sobre produção de vídeo.  Tudo bem, eu estou longe de ser imparcial nesta questão.  Mas fiquei maravilhado com a aisance[1] do Diogo pra falar com a platéia, toda de gestores de empresas.  E fiquei pensando porque, ó raios, ele não caminha pra sala de aula.
Parecia que ele estava com uma turma de amigos em um bar, conversando sobre como foi o dia.

No final, quando Dênio se desmanchava em agradecimentos, me colocou no meio e começou a agradecer sobre o quanto tinha sido bom a gente ter estado ali.  Lembrei, e mostrei a ele, um recado que ele tinha me mandado pelo celular, há um tempo atrás, e que eu guardo como um troféu:
-  Serei homenageado como professor.  Devo isto a você.
Achei que a turma, doida pra ir embora, tinha passado batida das lagriminhas que rolaram.  Mas as palmas denunciaram que eles tinham sacado o clima...

No final, meio mascarado, Diogo me arrasou, rindo irônico:
-  Eu achei até que você demorou a chorar.

Tivesse sido hoje, ia ser bem mais duro.  Porque, com tudo que eu já passei pela vida, a única coisa que eu tenho medo é de alguma coisa não boa acontecer com minhas crias.

Fiquei sabendo que uma filha de uma das minhas irmãs está com uma gravidez danada de complicada e arriscada.  Pro bem dela, ela está sendo assistida em um hospital de referência mundial.  Lembrei de quando a Lisa me falou do Richarlyson.
Eu e a mãe dela caímos no choro.

E você, em vez de tentar descobrir quem é, reza pra quando o parto acontecer, correr tudo bem.

Como se diz lá na roça, Nossa Senhora do Parto há de lhe dar uma boa hora.
E como eu digo comigo desde o comecinho dessa minha busca pela cura aqui, aqui e aqui, vai ser tudo como Deus quiser.


[1] De être à l’aise,  Segundo o Petit Robert, facilité naturel qui ne donne aucune impression d’effort.  Menino nojento, eu...  Pó falar!



10 comentários:

Dênio Mágno disse...

Meu querido, preservo, como memorialista ou não, as várias aprendizagens que tive com você... trabalhando, carregando pedras, mas acima de tudo, aprendendo. Gostaria muito que meus alunos compreendessem isso: toda hora é hora de aprender. Por onde vou, tenho sempre uma história para contar e a que mais conto é a de como aprendi a fazer pesquisa de mercado (impagável, do túnel do tempo, 30 anos atrás). Continuamos os mesmos, você irreverente, provocador, eu... um aprendiz. Viva nós!!!
PS: vou chamar o Diogo mais vezes, pra ele pegar o jeito hahahaha!!!

PC disse...

Mas foi bom pra cacete, seu olho cheio dágua...
Você me ama, trem!

Jussara Belo disse...

Comentário da plateia privilegiada, que viu Diogo crescer e Dênio Mágno fazer pesquisa de mercado: estou na fase do ajudar moçada a aprender e toda hora me lembro do Paulinho! Beijos,
Jussara

PC disse...

Diogo falou que eu e Dênio somos duas velhas...
Beijos

Sakana-san disse...

Sou tão covarde. Admiro quem tem coragem de engravidar e de parir. Não está no meu sangue a maternidade. :(

PC disse...

Tá perdendo o prazer de ver a cria querendo tomar o lugar de macho alpha.
Depois do transplante, ou eu ou o Platão, a gente te engravida, Sakana.

Lucia disse...

Que chororô!!! Vc acredita que estive em BH, tipo fugitiva, pra matar saudade de Julia e, num dado momento, o Magno liga pra ela reclamando saudade! Ah tenha dó, gente!! Estou com o Diogo!! ahahahahah
Brincadeiras à parte, fico feliz pelos três!! bjs bjs bjs

Anônimo disse...

Um beijo grande e boa noticia. Daqui a pouco vai ser Valente e Valentinho fazendo dupla sertaneja. Liga pra sua irma ai que ela te conta. Amo você.

PC disse...

Feliz por nós todos, Lúcia.
Mas que ele tem hora que fica mínimo, isto tem...

PC disse...

Não estou me aguentando mais, esperando pra ser tio-avÔ, minha anônima querida