sexta-feira, 24 de junho de 2011

Estigma - 167



Saí com Fernando Lara e Cadu Livino, dia destes.  A gente trabalhou uma época juntos, há um tempo atrás. 
E foi só borrachinha. 
Eles, me sacaneando sem parar, pela pose professoral.  Eu, retribuindo, em cima do talento deles supitando, mas ainda incipiente, à época.  Foi um rir sem conta, a noite toda.

Fernando, cruel, me crucificando pela intolerância, quando falava da minha impaciência com quem confundia canceroso com lazarento e, principalmente, com quem chegava pra me confortar despejando lugar comum.  Atirava:
-  Você quer que fale como, com você?  Fique calado?
Nada, disse eu.  Se você for meu amigo, eu já espero tudo que você possa dizer.  Não precisa falar nada.
E eu contei pra ele como Marcelo Xavier, meu amigo mais antigo, reagiu, quando contei do câncer. 
Desligou o telefone na minha cara.  Tu, tu, tu, tu, ... 
Lisa, minha filha, até hoje não entende como eu sou apaixonado com ele.

E o engraçado é que, um ou dois dias depois da nossa conversa, Márcia Cabrita esteve no Jô falando exatamente sobre esta forma esquerda de manifestar solidariedade.

Tudo bem.  Eu sou um velho resmungão. 

Mas olha se o que ela diz não é um primor pra você aprender a conversar comigo conosco, olha!!!


2 comentários:

Anônimo disse...

Muito interessante mesmo Paulinho! A parte do que foi que fez o câncer em vc é ótimo! Como se a gente tivesse como controlar...pensamento positivo!! é outra coisa facim, facim... da boca pra fora...kkk num é?? A verdade é que de vez em quando tudo fica cinza e preto mesmo.. e de vez em quando tudo colorido.... Num é?? bjusss

PC disse...

Mas no final, tá tudo ótimo, Anônimo.
Beijos