A melhor notícia que me aconteceu, desde que eu inventei que
queria ver Paris de novo,
foi a descoberta do CDAM – o Certificado de Direito de Assistência Médica.
É uma bela descoberta pra nós, deficientes físicos, e até
pra você, em pleno gozo de suas funções vitais mas que não quer correr risco à
toa.
O CDAM é uma espécie de garantia de atendimento SUS nos países
com os quais o Brasil tem convênio. No
Mercosul (Argentina e Uruguai) não chega a ser grande vantagem: a gente já tem
direito.
Mas o convênio do CDAM estende a proteção médica ao Chile
(na América do Sul) e a Portugal e à Itália (na Europa).
O acolhimento é de acordo com a Classificação de Risco do Protocolode Manchester. Em você estando com a unha encravada, vai ser
atendido depois de quem está com uma parada cardíaca, por exemplo. O que, diga-se de passagem, me parece mais do
que razoável.
O que mais me surpreendeu na história foi a presteza e a
delicadeza do pessoal de atendimento do Ministério da Saúde. Em Belo Horizonte, funciona na Rua Espírito
Santo, 500 – sala 1203 e o atendimento é feito por duas pessoas que esbanjam
boa vontade e prontidão: a Deusdedith e o Adriano. Não passam nem perto de um eventual estereótipo
que você possa fazer de um funcionário público ruim de serviço.
Os dois se esmeram nas explicações e na preocupação de saber
se a gente entendeu direito. Você pode
experimentar falar com eles pelo telefone (31)3248-2840 e 3248-2814. Ou, se não for daqui, liga direto pra Brasília
(61)3306-7207 e veja qual é o lugar mais perto de você.
Os dois me esclareceram tudo previamente, por telefone. É preciso levar um comprovante da sua relação
com o INSS (no meu caso foi o extrato do benefício da aposentadoria. No seu, pode ser o seu contracheque,
mostrando o desconto do seu salário), original e cópia do CPF, da Identidade e
o Passaporte (com o xerox das páginas de identificação). Pra melhorar ainda mais, o benefício pode ser
estendido à pessoa com quem você vive (mulher, marido ou companheiro) [1] e aos filhos de até 21 anos.
O CDAM vale por dois meses.
Caso você vá ficar com um residente no destino (um local que seja sua
base na viagem - não pode ser o endereço de um hotel) a validade fica estendida
para 6 meses. E, vapt vupt, fica pronto
em 48 horas.
Eu fiquei maravilhado.
Aí você me pergunta:
e a França, que era o assunto do começo do post? Pois é. Nisto eu dancei. O princípio da
reciprocidade diplomática restringe a relação só entre Brasil, Chile, Portugal
e Itália.
Mas já é um belo de um começo, não é não?
4 comentários:
De repente se Paris ficar pertinho de algum lugar da Italia que tenha é só ir lá nos dias da hemo. Se precisar o Leva e Tras faz o serviço. Pensa nisto
Tem é tempo que já pensei, Flávia Coelho...
O voo pra Paris deve ser menos de uma hora e preço de banana! Não vale um bate e volta ou ao menos uma noite por lá? Já é um começo...
Meu caro pai,
Estou contando com isto. Tenho que vencer um certo ca#aço do povo aqui de casa.
Mas achei lindo.
Beijos olivais.
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