Meus meninos adoram pegar no meu pé pelo tanto que eu choro
com qualquer coisa. Particularmente
quando esta coisa diz respeito a um deles, aí eu me desmancho. Choro com formatura[1],
choro quando adoece, choro quando casa, choro quando sai de casa, choro agora, escrevendo isto. Eles não conseguem enxergar uma gota de
sentido na questão. Só riem, enquanto eu me
debulho.
Outro dia me deparei com um texto do Maurilo,
do Pastelzinho, que reflete com intensa precisão o significado da minha paixão
com o ofício de ser pai e é até um dos motivos pelos quais eu me espelho em São José
quando penso na missão que a gente recebe, quando os meninos passam a fazer
parte do nosso caminho. Acho este texto
do Maurilo um presente pra quem se decide a ser pai na vida.
“Há duas grandes certezas na vida de um
pai, duas grandes verdades contra as quais não cabe réplica ou ajuste.
A primeira é imediata, quase violenta em seu impacto: ele nunca foi tão feliz. Pouco importa o que tenha vivido, onde tenha ido ou quem tenha comido, ele nunca, absolutamente nunca, sentiu-se assim.
A segunda foge-aparece no canto do pensamento, repisca num cochilo e, súbita, toma conta de tudo: ele nunca teve tanto medo. Pouco importa o salto de pára-quedas, os filmes de terror à meia-noite, o valentão da escola, ele nunca, absolutamente nunca, sentiu-se assim.
Pais têm um medo que a luz não cura, que o riso não espanta, que não é o susto. É algo que agora faz parte do dia e pronto. Pais convivem com o medo como quem sabe perfeita e inevitável sua mortalidade. Ganham uma noção sem precedentes da própria presença. E, conseqüentemente, da própria ausência.
Um pai vai te contar como ele é feliz, mas nunca vai falar sobre o medo. Mesmo que você o descubra chorando ao ver o filho dormir.”
A primeira é imediata, quase violenta em seu impacto: ele nunca foi tão feliz. Pouco importa o que tenha vivido, onde tenha ido ou quem tenha comido, ele nunca, absolutamente nunca, sentiu-se assim.
A segunda foge-aparece no canto do pensamento, repisca num cochilo e, súbita, toma conta de tudo: ele nunca teve tanto medo. Pouco importa o salto de pára-quedas, os filmes de terror à meia-noite, o valentão da escola, ele nunca, absolutamente nunca, sentiu-se assim.
Pais têm um medo que a luz não cura, que o riso não espanta, que não é o susto. É algo que agora faz parte do dia e pronto. Pais convivem com o medo como quem sabe perfeita e inevitável sua mortalidade. Ganham uma noção sem precedentes da própria presença. E, conseqüentemente, da própria ausência.
Um pai vai te contar como ele é feliz, mas nunca vai falar sobre o medo. Mesmo que você o descubra chorando ao ver o filho dormir.”
Maurilo ainda não sabe.
Mas quando aparece um neto, a felicidade cresce, quando você achava que
não havia mais jeito de.
E com o medo, acontece a mesma coisa.
6 comentários:
Que venham os netos, que venham mais alegrias, que venham mais medos! Obrigado, PC.
Obrigado a você, seu redatozim*
* pra você que é novo na área, redatozim é o codinome dele!
Esse negócio de chorar a toa vem dos Cantídios. Tô ficando assim também.
Grande abraço.
O pior é que é bom pra danar, Claudinho.
Beijo
Que bonito Cesão!! Este medo é realmente uma constante na nossa vida depois que iniciamos nossa caminhada como pais e avós. Tem dia que chega a doer. Beijo.
A gente baba por conta desses meninos, Márcia.
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