quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Série Turismo para gente especial 6



A melhor notícia que me aconteceu, desde que eu inventei que queria ver Paris de novo, foi a descoberta do CDAM – o Certificado de Direito de Assistência Médica.
É uma bela descoberta pra nós, deficientes físicos, e até pra você, em pleno gozo de suas funções vitais mas que não quer correr risco à toa.

O CDAM é uma espécie de garantia de atendimento SUS nos países com os quais o Brasil tem convênio.  No Mercosul (Argentina e Uruguai) não chega a ser grande vantagem: a gente já tem direito.
Mas o convênio do CDAM estende a proteção médica ao Chile (na América do Sul) e a Portugal e à Itália (na Europa).

O acolhimento é de acordo com a Classificação de Risco do Protocolode Manchester.  Em você estando com a unha encravada, vai ser atendido depois de quem está com uma parada cardíaca, por exemplo.   O que, diga-se de passagem, me parece mais do que razoável.


O que mais me surpreendeu na história foi a presteza e a delicadeza do pessoal de atendimento do Ministério da Saúde.  Em Belo Horizonte, funciona na Rua Espírito Santo, 500 – sala 1203 e o atendimento é feito por duas pessoas que esbanjam boa vontade e prontidão: a Deusdedith e o Adriano.  Não passam nem perto de um eventual estereótipo que você possa fazer de um funcionário público ruim de serviço.
Os dois se esmeram nas explicações e na preocupação de saber se a gente entendeu direito.  Você pode experimentar falar com eles pelo telefone (31)3248-2840 e 3248-2814.  Ou, se não for daqui, liga direto pra Brasília (61)3306-7207 e veja qual é o lugar mais perto de você.

Os dois me esclareceram tudo previamente, por telefone.  É preciso levar um comprovante da sua relação com o INSS (no meu caso foi o extrato do benefício da aposentadoria.  No seu, pode ser o seu contracheque, mostrando o desconto do seu salário), original e cópia do CPF, da Identidade e o Passaporte (com o xerox das páginas de identificação).  Pra melhorar ainda mais, o benefício pode ser estendido à pessoa com quem você vive (mulher, marido ou companheiro) [1] e aos filhos de até 21 anos.
O CDAM vale por dois meses.  Caso você vá ficar com um residente no destino (um local que seja sua base na viagem - não pode ser o endereço de um hotel) a validade fica estendida para 6 meses.  E, vapt vupt, fica pronto em 48 horas. 
Eu fiquei maravilhado.

Aí você me pergunta:  e a França, que era o assunto do começo do post?  Pois é.  Nisto eu dancei.  O princípio da reciprocidade diplomática restringe a relação só entre Brasil, Chile, Portugal e Itália. 
Mas já é um belo de um começo, não é não?


[1]  Imagino que a questão, hoje, abranja a união estável.  Mas pergunta, por via das dúvidas...

4 comentários:

Flavia Coelho disse...

De repente se Paris ficar pertinho de algum lugar da Italia que tenha é só ir lá nos dias da hemo. Se precisar o Leva e Tras faz o serviço. Pensa nisto

PC disse...

Tem é tempo que já pensei, Flávia Coelho...

O pai de Azeitona disse...

O voo pra Paris deve ser menos de uma hora e preço de banana! Não vale um bate e volta ou ao menos uma noite por lá? Já é um começo...

PC disse...

Meu caro pai,
Estou contando com isto. Tenho que vencer um certo ca#aço do povo aqui de casa.
Mas achei lindo.
Beijos olivais.