segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Limites - 108


Se tem uma coisa que tira meus meninos do sério, é você ficar me tietando.
Ah, que eu sou engraçado, ah, que eu sou legal, ah, que eu sou blá blá...
A resposta, invariavelmente é:
-  Vai morar com ele!

Eu mesmo fico um pouco sem paciência quando Guguta fala que eu trato do meu câncer como se fosse uma unha encravada.
Eu é que sei dos meus medos e o quanto me custa segurar esta onda.

Hoje, quando abri meu emails, me deparei com um recado do Ives, meu personal chef de cuisine, falando de uma pessoa transplantada, Kelly Perkins, que fazia do alpinismo militância pela doação de órgãos.
Vai lá pra ver.  No mínimo, a história dela é MUITO interessante:

Depois que fez um transplante de coração, a louca danou a subir montanha.  Mas nada de desafiozinho primário, que nem George Mallory, que justificou seu interesse em subir o Everest com a frase que o tornaria célebre, em 1924, pouco antes de morrer, engolido pelas neves:  “Porque está lá.”

Kelly vai subindo, sempre pra celebrar.  E a adversidade virou o grande motor da história.  
Subiu o Monte Fuji, no Japão, pra comemorar a legalização do transplante de coração por lá.
Subiu o Kilimandjaro para celebrar os progressos médicos conseguidos desde o primeiro transplante de coração, em 1967, na África do Sul.
Que nem o Amir Klink, que resolveu remar porque apareceu com um problema nos ossos da mão.  E foi fondo, foi fondo e deu no que deu.

A parte mais legal que eu achei foi quando ela fala que o doador passou a fazer parte da vida dela.  E que ela sente meio que tendo um compromisso de mostrar que valeu a pena o coração ter vindo pra ela.  Faz tudo pra honrar a doação, sendo positiva.

Fiquei lembrando do Geraldo Amarelo e da Ana, que estão na bica de ganhar um rim novo.  E do Ives, claro, que ganhou o dele e celebra isto sempre...

Falando nisto, todo final de setembro ocorre uma campanha nacional pela doação de órgãos.  Deixe claro pra sua família sua disposição de doar os seus.
Nós todos agradeceremos.


4 comentários:

Ministério disse...

Olá blogueiro,
É muito importante também incentivar a doação de órgãos e conscientizar as pessoas sobre a importância deste gesto de solidariedade.
Para ser doador de órgãos não é preciso deixar nada por escrito. O passo principal é avisar a família sobre a vontade de doar. Os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. Divulgue a ideia e salve vidas!
Para mais informações: comunicacao@saude.gov.br
Ministério da Saúde

PC disse...

Falô, Ministério.
Atenção família: todo mundo avisa todo mundo.
No final, a gente nunca sabe quem vai agradecer quem!!!

Lucia disse...

Já avisei todo mundo!!E faço campanha. Como diz a Júlia: Como pode alguém se negar a doar? Não dá pra entender, mesmo tentando com força. bjs.

PC disse...

Tô doando tudo também, Lúcia.
Quer dizer, quase tudo...
Bejos