quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A resposta do João - 46




João Lara é meu irmão, desde a época que morei no Rio.
Fruto do desvario do Alberico, naquela época eu com uns 25 e João Lara com algo parecido, éramos responsáveis eu, pela Comunicação Interna da Vale e João, pela Comunicação Externa. Só Alberico...

Quando mandei o e-mail dando notícias da minha chegada em casa pra "assessoria de imprensa" que Diogo montou, e, de carona, contando a história da barba, João Lara manda de volta um e-mail assim:

“Paulinho, meu velho e querido amigo,

Celebrar a vida é coisa boa. Deve ser feito todo dia. E você, o Herval, o Alberico e tantos outros talentos que passaram pela Vale, sabiam disso muito bem.

Não sei se você conhece esse causo mas, quando o João Manoel (lembra do Maneco?) assumiu a Comunicação, era um tal de fazer happy hour todo dia. O que começou como uma modesta e super bem intencionada colaboração da turma para amenizar a crise do petróleo (vamos tomar um rápido para esperar o trânsito do rush desafogar e ajudar o Brasil economizar gasolina) acabou virando um ritual diário.

O negócio fica pior. Como o próprio nome define: happy hour dura, no máximo, uma hora. Mas você conhece a gangue. A gente sentava no Villarino às 6/7 da noite e ia emendando, emendando, emendando, muitas vezes até 4 da manhã. Como éramos divertidíssimos, pessoas interessantes, homens inteligentes e mulheres bonitas foram se agregando. Resultado: conflitos em casa, empregos em risco, filhos chorando de saudade do pai, dinheiro faltando no fim do mês, etc.

Maneco, grande líder e gestor de pessoas, um dia convoca uma reunião com seu time para resolver o assunto: "Assim não dá mais! Nossas famílias estão em crise, o trabalho está ficando prejudicado, a empresa está reparando, os nossos parceiros reclamando... além disso, a crise do petróleo acabou faz décadas, porra. Vamos levar essa coisa a sério! Não podemos continuar tomando todas, todos os dias. De agora em diante, happy hour só se for para celebrar uma coisa muito boa!"

Todos concordaram entusiasticamente. Mas, logo depois, foi caindo um silêncio, uma nostalgia, uma saudade antecipada de bons tempos... Aí, se ouviu a voz do locutor que vos fala perguntando:
- "Vale o Sol se por?"
Todos riram muito e, após alguns minutos de discussão acalorada, felizmente, chegamos à conclusão que sim. Vale celebrar tudo.

Eu acho que uso barba há uns trinta anos. Depois de ler seu e-mail e lembrar da história da primavera (que sempre achei bacana), pensei em raspá-la em sua homenagem. No entanto, lembrei-me também da única vez que me vi imberbe nesse tempo todo e o que o Pisca, integrante brilhante do grupo das happy hours que você conhece, disse quando me viu: "Larinha, se você queria mostrar a bunda para todos era melhor abaixar a calça por que, no caso de arrependimento, bastava colocá-la no lugar." E aí, por mais que te ame, desisti.

Logo, vou aí celebrar você.

Beijo.”

4 comentários:

Anônimo disse...

Ei, Paulinho. Já dizia uma sábia amiga minha: happy hour de mineiro é um perigo porque sempre vira rave!!! Bom demais! bjos, Mary Melo

PC disse...

A gente começa pedindo um cafezinho e um biscoito de goma...
E o happy-hour vai ficando animado.
Quando vier a BH, vem pra um happy-hour no sítio.
Começa sexta, 18:00 e pode ir até segunda, de manhãzinha.

Anônimo disse...

Marcado!O perigo é que o Théo também anima demais. Aí vira carnaval fora de época!! Bjs

PC disse...

Sempre ele, MariMellow, sempre ele.
Vou ter que aprender a conviver com isto...