terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mezzo a Mezzo - 38

Por recomendação do Marcelo Nefrô, eu tinha que instalar um cateter antes de sair. E era conveniente que este cateter fosse um de longa duração. Lá fui eu, obediente, pra sala de cirurgia.

A pergunta que você faz agora, eu fiz na hora:
- Que história[1] é esta, de cateter de longa ou de curta duração?

Para a wikipédia, cateter é um tubo que pode ser inserido em um ducto ou vaso (cateter vascular), em uma cavidade corpórea natural ou em uma cavidade cística ou de abcesso, possibilitando a drenagem ou injeção de fluidos ou o acesso a instrumentos cirúrgicos. Você achando pouca informação, vai no http://pt.wikipedia.org/wiki/Cateter_vascular e procura mais. Resumindo, é uma bobaginha pra tirar ou colocar fluídos no seu corpo.
O meu ficou assim, na altura do meu peito:

Agora, a questão do longa ou curta. É que, como o procedimento é invasivo[2], existe o perigo real de infecção. E considerando que eu, Valente e o cateter íamos conviver por um bom tempo, a de longa duração cuidava mais deste aspecto.

Só que ninguém me falou que doía muito mais, a inserção do cateter de longa. Lá fui eu pro Centro Cirúrgico[3]. E o GianCarlo, chapa do Xande, me falou:
- Você precisa ficar com este braço seu todo relaxado.

Pela primeira vez eu vi Valente se organizando com meus órgãos pra eu conseguir fazer o que o doutor pedia.

Acho até que a gente fez um bom trabalho. No final da cirurgia, GianCarlo disse que foi o primeiro caso que ele viu um paciente mezzo algodão, mezzo granito. A parte que ele precisa, eu mantinha bem relaxada e suave, mas a outra metade de mim, trincava de tão dura. A invasão tinha sido um sucesso.


Eu já estava quase pronto pra ir pra casa.






[1] Rodrigo, padrinho do Tomás, costuma substituir “história” por uma palavra mais chula. Mas achei mais apropriado usar história mesmo!

[2] Adorava, os médicos falando “invasivo”. Dá uma impressão que eles estavam pedindo desculpas por cuidarem de mim. Qualquer coisa pra eles era “invasivo”...

[3] Como de hábito, de olhos fechados. Conversava com o médico, com as enfermeiras, mas tudo de olho fechado...

5 comentários:

Anônimo disse...

Coragem nunca foi mesmo o seu forte. Você sempre foi meio cagão. Lembra da estória do livro "O exorcista"? Conta a estória no blog! Aproveita que agora você dse fortaleceu!

Cuca

shikida disse...

Cruz credo, Paulo. :-(

Aguardando ansiosamente pela medicina do doutor McCoy, onde nada se enfia, tudo se ilumina.

PC disse...

Mas rapaz, preciso muito desta iluminação.
Com este meu grau limitado de coragem, vai me ajudar muito.

Gil disse...

PC, mandei pelo Cuca e pela Lila (sua pastorinha) uma diversão para o Príncipe Valente, no fim de semana. espero que divirta toda a família. SURPRESA!!!

PC disse...

Nunca mais me faça isto, Gil.
Só tem uma coisa maior que meu medo de injeção: minha curiosidade.

Merci d'avance