sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Édipo Turbo


Diogo e Carol fazem um belo trabalho com Tomás.  O menino anda cada vez mais encantador e cada vez mais apaixonado com a mãe.  Nada novo, considerando que Freud, desde sempre, já tinha avisado em que esta coisa ia dar.

Mas Diogo anda empenhado em conquistar um lugar que ainda não lhe cabe, tentando, de toda maneira, que a mamãe fique em segundo plano.

Ainda outro dia, passeando com Tomás na porta da casa deles, forçou o assunto perguntando pro menino na lata:
-  Tomás, você ama a mamãe até onde?
O dia estava lindo e Tomás olhou pra cima e respondeu sem hesitar:
-  Até o céu.
Meio que querendo comparar, Diogo emendou, continuando o interrogatório:
-  E o papai?
Tomás pensou um pouco antes de responder, e não querendo ferir suscetibilidades, acabou com o assunto:
-  Até o alto daquela árvore ali!
E apontou pra uma arvrinha que mal alcançava o teto do edifício onde eles moram.

Diogo me contou morrendo de rir mas guardou aquela dor profunda dentro do peito.  E começou a jogar todas as suas fichas em uma reviravolta da situação.  Quando achou que tinha a coisa sob controle, voltou a carga, torcendo por uma mudança no cenário.
-  Tomás, você gosta muito do papai?
Rindo, com a cara de quem sabia o estrago que estava por causar, a criança respondeu:
-  Mas eu gosto mais da mamãe...

Concordo com Diogo.  Pai sofre!



2 comentários:

shikida disse...

não é interessante que a malvada das "princesas" seja sempre uma figura materna? ;-)

PC disse...

Um dia eu viro o príncipe encantado das meninas.
Mas adorei pensar nisto como uma forma de matar a mãe, que o Sigmundo falava...