terça-feira, 13 de dezembro de 2011

El Caganer


                                        
Tem uma entidade na cultura da Catalunha, el Caganer,  que está presente em todo presépio de Natal de lá.  Escondido em algum cantinho, atrás de alguma árvore, debaixo de alguma ponte, atrás de alguma moita, tá ele lá, obrando.  Para o povo catalão é um tributo à fertilidade, à renovação, que, em momento nenhum, pode ser confundido com falta de respeito ou menosprezo.  O Caganer é como que uma confiança no que o futuro nos reserva.  Uma caracterização da esperança renovada, como se o esterco, digamos assim, ali produzido, fosse a garantia de que dias melhores virão.
              
Mário Ribeiro também acha. 
Tanto que, pra homenagear seu pai, o velho Joãozito, escreveu um livro só sobre bosta.  Seu pai dizia que não há no mundo assunto mais agregador do que este.  É você chegar em um local onde não conhece ninguém e contar um caso sobre o tema e, num átimo, você vê uma roda se formando, todo mundo como se fosse amigo desde a mais tenra infância.
Eu ainda não consegui definir se cuidadoso ou cínico, Mário Ribeiro chamou seu livro de Pensando Agachado.  Mas o assunto mesmo é o que faz El Caganer e que, por isto, lhe ilustra a capa.
              
Mário lança também o 30 Linhas, uma coletânea de crônicas de sua lavra que saem toda quinta, no Estado de Minas.
E, o mais gracioso de todos, Uma História de Amor em Versos, que devia estar assinado pela Gracinda, mulher dele.  Foi ela que, carinhosamente, guardou todos os poemas que Mário lhe mandava no dia dos namorados e no aniversário de casamento, já se vão uns 40 e poucos anos.
                 
Dividindo a festa, nosso amigo Nestor de Oliveira lança O Vôo e o Pouso, com histórias de seu pai, seu Zezinho Xavier.
                              
O projeto gráfico dos quatro livros são do Marcelo Xavier, todos pela Asa de Papel, a editora dele e do Álvaro Gentil.
                


ps:  falando nisto, Mário devia aproveitar e fazer uma xilo da capa do 30 Linhas, que ficou um primor!




6 comentários:

Mário Ribeiro disse...

Paulo:
Este lançamento não deixa de ser obra sua também. Há quanto tempo recebo seu incentivo? Há quanto tempo você me cobra, como um irmão, uma tomada de atitude para a publicidação. E, afinal, quem me levou à "Asa de Papel" e me apresentou ao Álvaro? Sempre você!!! Sem falar nas cozeiras, no fundo, repreensões, quanto aos meus temores de lançar um livro que é basicamente sobre bosta.
Não tenho palavras para lhe agradecer. A melhor homenagem é deixar você cada vez mais abusar das brincadeiras quanto à minha ingenuidade e aos meus pânicos infantis. Mesmo porque, com essas brincadeiras, você está sendo me fazendo crescer. Como sempre fizeram meus irmãos. E o que é você senão um irmão, só que um pouco gordo?

Grande abraço e um emocionado obrigado do

Mário Ribeiro

PC disse...

Quêisto, bonitinho?
Agora quem ficou emocionado fui eu!

Renata Feldman disse...

Aprendi com a minha melhor amiga, que é atriz de mão cheia, a dizer "Merda!" cada vez que ela vai estrear um espetáculo. Na linguagem dos artistas, este é o jeito ansioso e vibrante de desejar boa sorte. Fico pensando no livro do Mário e enxergando o quanto que falar de algo tão prosaico pode ser ao mesmo tempo fértil e maravilhoso, especialmente em se tratando de uma homenagem ao pai.
"Merda" também é ter por perto amigos como você, PC. O Mário tem toda razão.
Parabéns, Mário!
Abraços

PC disse...

E o livro é a maior gracinha, Renata.
Mamãe se derrama de rir, lendo...

Adriana disse...

Tio, onde compra esse livro?

PC disse...

No Café Book, na Brasil com Padre Rolim. Procura o Álvaro lá.
Vai pegando o da mamãe, aos pouquinhos, Adriana.
Se você não achar, eu compro direto com o autor pra você.