terça-feira, 22 de novembro de 2011

Série Turismo para gente especial 01


              
Tinha algum tempo que eu vinha provocando Edmundo, coordenador do Turismo da PUC, pra ele me chamar pra falar com os alunos dele.  Eu já havia dado aula de Eventos Turísticos lá e sempre fico com vontade de colocar meu pé de novo na sala de aula.  Foi daí que num dia de alguma coisa do Turismo (panamericano, brasileiro, mundial, sei lá) que Edmundo me convidou pra trocar idéia  com o povo dele.
       
Reboquei Laurinha Martins (da Cadeira Voadora) e lá fomos nós dois, propondo pros alunos um desafio.  A gente era rico e queria comprar produtos turísticos.  Qualquer coisa.  Evento, viagem, festa, o que fosse.  “Com essa provocação, queríamos chamar a atenção da turma para o fato de que existe um público com deficiência que tem poder aquisitivo e vontade de sair de casa, mas não faz isso por insegurança e medo. Essas pessoas certamente estariam viajando e participando de eventos, desde que contassem com uma estrutura adequada às suas limitações”.[1]
                 
Curioso foi que a primeira resposta estava focada na cadeira de rodas da Laurinha.  Como uma penetrante facada no meu narcisismo, ninguém nem deu bola pra mim.  E acabou que todo mundo só pensava nas dificuldades evidentes e acabaram sem propor nada de concreto.  A gente ia ter que ficar em casa...
                  
Ocorre que Laurinha parece que tem fogo no rabo.  Viaja o mundo inteiro (e nada de figura de linguagem.  É o mundo inteiro mesmo) com sua cadeira a tira colo.  Acabou contando as viagens e os riscos que ela assume e como, ao contrário do que pode parecer à primeira vista, ela acaba sempre conseguindo alternativas fabulosas em suas viagens.
                        
Por causa deste atrevimento dela, acabou me dando esta idéia pra a série, onde eu vou relatar as dicas aprendidas meio que na porrada, agora que eu tenho que me adaptar à vida da hemodiálise.
                            
Pra quem quiser embarcar comigo, bon voyage!
                   

ps:  nossa “aula-desafio” rendeu até uma entrevista da Laurinha na CBN aqui.

                    

[1]  Chupado, na maior, do blog da Laurinha

6 comentários:

Laura Martins disse...

Fogo no rabo? Isso não é falta de respeito não? Hehehehe

Adorei a parceria com vc!

E um fato: se o povo que tem deficiência aparente sofre, imagine uma pessoa como vc, cujas necessidades e limitações não estão visíveis...

Beijo

PC disse...

Pirou, Laurinha?
É o maior elogio...

Dudu Menicucci disse...

Expedição Bordas do Brasil com PC!!!!

PC disse...

Boa idéia, Dudu.
Ainda vou falar aqui porque eu não fui com vocês...

Anacris disse...

Pronto, agora passo a seguir o blog da Laurinha, também. Haja tempo para tanta interatividade!!! Paulinho, não sei se você sabe que sou professora em faculdades de turismo. Pois sou. Tenho mestrado em turismo cultural e o assunto é minha cachaça. Já vou levar o "case" para meus alunos do primeiro semestre refletirem e amadurecerem o assunto até o final do curso. Muito interessante, ainda, são as características da sua deficiência, que não aparecem e que tanto demandam cuidados especiais. Sempre falo com eles sobre pessoas que torcem o pé; ou que perdem as lentes de contato no meio do roteiro, enfim, o deficiente pode ser eventual e pode ser qualquer um de nós a qualquer hora dessas.
Adorei esse post!!!

PC disse...

Laurinha é louca, Ana C.
Fuja dela, porque a coisa é contagiosa.
Eu já me contaminei e acho que não tenho salvação...