domingo, 29 de agosto de 2010

À moda do chef - 105


Uma vez vi, em uma entrevista, Leonardo Boff[1] dizer que, quando ele estava almoçando com a família ou com amigos, todo mundo estava dando comunhão pra todo mundo.  Mesmo que não se seguisse exatamente os rituais a que estávamos acostumados a assistir durante um ato da liturgia católica.

Foi mais ou menos assim que eu me senti quando vi o entusiasmo do Ives, levando o caldo de costela pra nós.  Um gesto de comunhão.

No comentário do post 104, Ives cita Emanuel Araújo e diz que “Cozinhar é uma forma afetiva de cultivar amigos. E mais que a gula, é um ritual de doação.”
Só pra você ter uma idéia, Ives conhecia Paulão desde final dos anos 70, quando cozinhava com amigos comuns.

Ives não cozinha pra.  Cozinha com.  Cozinhar pra ele é compartilhar afeto.  O tempo todo ele falava comigo, entusiasmado:
-  Vamos celebrar a vida, Paulinho!
Eu já tinha falado com você de uma história engraçada que aconteceu comigo.  Mas muito antes disto ele já era um figuraça.
Aí, você me pergunta:  O que este seu personal chef de cuisine tem a ver com a NefroRede?
Eu te digo:  Ives NÃO É MAIS um paciente renal.  Mas continua solidário até o pescoço.  Costuma ir nas clínicas de hemo por onde passou para contar da experiência dele[2].
Fez muita questão de criar uma receita que fosse excepcionalmente saborosa, e que pudesse ser consumida por nós, pacientes renais.

Gláucia, irmã da Gêisa, trabalha com restaurante.  Teve que sair mais cedo e ficou com vergonha de pedir uma prova, antes dele começar a servir.
Resultado:  como ela é do ramo, sabe identificar os sabores pelos cheiros.  Acabou sonhando com o caldo, mesmo sem ter provado.
Agora fala se ela não acabou comungando conosco, assim mesmo?

Você vai ver, pela receita, que Ives, além de extremamente talentoso e generoso assim, é discreto como bom mineiro.  Quase não dá pra ler as coordenadas no papel dele[3].  
Mas eu conto pra você:  
-  celular dele: (31) 9875-6068
Lá vai a receita:
  
   

   
 
 
 


[1] Não sei o termo técnico, mas ele tinha acabado de ser impedido de dar comunhão. 
[2] É que Ives foi um péssimo paciente.  Mandavam ele ficar quieto em casa, esperando, e ele lá, fuçando, pressionando. Arrumando coragem onde ele achava que não tinha mais.  Hoje ele está aí, com rim transplantado, creatinina sob controle, mas não deixa de olhar por nós também.
[3] Corre no http://asagadevalente.blogspot.com/2010/08/moda-do-chef-105.html , que a receita está lá, escaneada em alta resolução

10 comentários:

Unknown disse...

Ainda bem que vc passou a receita, isso serve de conforto para quem não provou do caldo...rs*

PC disse...

Serve não, Thaís.
A mão dele não vai junto.
Quem não provou,...
Mas o bom é que, cada vez que a gente tenta, vai chegando perto.
Beijos

ma´rcia disse...

Huuuummmmmm!!!!!!Vou tentar fazer aqui na fazenda.Beijo

PC disse...

Espera um dia que eu esteja aí também, ma'rcia!

Anônimo disse...

Kkkkkkkkk eu tb ne gente ! Porque se. Depender da minha maooooo ... Aiai!

PC disse...

Fica na cola dele, anônimOOo.
De vez em quando ele cozinha por aí.
O forte é na Estrada Real. Diamantina, Tiradentes, Catas Altas, sempre tem Ives inventando moda.

Ives disse...

Prezado(a) Anônimo(a),

Vamos precisar de sua mão, em especial o dedinho. Nesta quarta, dia 8, no 104 da praça da Estação,todo o meio Cultural e Artístico de Minas, estaremos juntos,(Gastrônomia, Moda, Artes Plasticas, Artezanato, Teatro, Literatura, Produtores Culturais, Música, Arquitetura e etc)contribuindo e apoiando o Prof. Anastasia.Pinta lá...seremos 7 Chefs em campo. Ives

PC disse...

Quem quiser ficar na cola da mão boa do Ives, a dica está aí.

euvou!!!

Renata Feldman disse...

Taí um dom que eu não tenho, PC... Não sei fazer nem feijão, mas o meu arroz é "o melhor arroz do mundo" (palavras do maridão, inclusive na frente da minha sogra, acredita?). Humpf... Arroz?!

PC disse...

Deus é justo, Renata.
Se, além de tudo isto, ainda cozinhasse bem, ia ser sacanagem com as outras meninas.
Mesmo assim, com o arroz é meio caminho.
Agora, seu marido não tem nenhum medo de morrer. Uma coisa destas, eu não admito nem sob tortura.
Impávido colosso, este menino...