Tive 5 chefes na vida que
meio que forjaram minha história.
Talvez, olhando minha carteira de trabalho, eu tenha tido mais que
cinco. Mas estes foram responsáveis por me
ensinar que valia a pena correr riscos[1].
Primeiro foi Almir. Era colega meu de faculdade e me elegeu, a
mim e ao Bictor[2] Lemelle, como
estagiários. Almir dava total autonomia
pra gente durante a semana e nos reunia, no sábado, pra “sessão de esporro”. Ali ele fazia as correções de rota e eu
aprendia o sentido da metodologia.
Depois foi Alberico. Reuniu uma horda de meninos e nos ensinou
ousadia. Era um troço tão endêmico, o
atrevimento, que as relações que compartilhei nesta época permanecem comigo até hoje,
passados mais de 35 anos. Foi com
Alberico que eu fiz minha primeira cagada profissional, quando ele me
designou, incógnito, pra fazer uma auditoria de opinião em Governador
Valadares. Um dia depois da minha
chegada, Oswaldo Alcântara tratou meu assunto em matéria de primeira página no
Diário do Rio Doce.
Incógnito... Sei!
Dali, veio Emerson, que
chamava a gente pra compartilhar de um sonho.
Qualquer pessoa sensata diria que era delírio. Mas, pra gente, o sonho era tão concreto
quanto um prato de comida..
Vamos pra França? Fazer o que, professor? Não sei.
Morar onde, professor? Não sei. Ganhar quanto, professor? Não sei.
Estudar o que, professor? O que
você quiser.
Bora conquistar esta
França. E logo...
Era pra eu ter estudado
Controle de Gestão. Enlouqueci com
Educação de Adultos e Gestão Social.
O próximo desafio foi com
Fabiano. A gente tinha que modernizar
uma estrutura familiar centenária. E
mudar remando contra a correnteza. Tinha
que fazer a mudança mas era como se a gente não fosse bem vindo ali. Foi o primeiro plano de marketing consistente
que eu fiz e, durante quatro anos, cuidei pra fazer dele um projeto rotineiro
na organização. Trabalho de
formiguinha...
De Camilo eu ouvi uma das
frases mais importantes da minha vida, que efetivamente refletiam o projeto em
que nos metemos:
- Gordinho, a gente só vai brigar se você errar
duas vezes do mesmo jeito.
E lá fomos nós, ombro a
ombro, ele, Massara e eu, comprar uma briga com uma estrutura pra lá de
arcaica.
Até hoje eu tenho vontade de
mandar meu currículo pra esses caras.
Sou muito grato a eles e acho que foi por causa da relação que tive que
eu fui crescendo. Com eles, eu topo comprar qualquer briga, independente da
organização onde a gente estiver. Acho
mesmo que foram eles que me ensinaram a conviver com o pânico que o câncer
trazia com ele, quando chegou. Mas aí,
eu já tinha aprendido a me relacionar com o perigo e a reagir a ele.
Isto ficou uma coisa tão
forte em mim que um deles, acho que Camilo, adorava pegar no meu pé, dizendo
que eu era de patota. Mas acho que era
mesmo. Aprendi que a única coisa que
vale a pena na vida é sonhar e correr risco com as pessoas que compartilham projetos
com a gente.
[1] É possível até que isto não seja lá tão elogioso pra eles, coitados...
[2] Desculpe pela grafia. É que ele agora mora no Pais Basco e esqueceu como se fala a letra V.
Acione a versão em português, se você preferir.
4 comentários:
Cesão,
tive também ótimos chefes e outros nem tanto. O bom disto tudo é poder tirar proveito das duas experiências.
Grande Abraço.
Pior, Claudinho, é que os "nem tanto" eu fiquei tentando lembrar deles e, nem tanto...
Por isto que eu adoro este vídeo.
Lembrei só dos caras que não tinham medo de quando dava errado.
esse post é melhor que muito MBA ;-)
Boa idéia, Léo.
Vou fazer um sobre meus alunos preferidos qualquer dia.
Beijo
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