Não sei com você. Mas comigo é batata.
É só falar que eu não posso
que garra uma vontade louca de transgredir.
É incontrolável.
Foi assim comigo, quando eu
soube que não podia beber água. Ou, pelo
menos, foi isto que eu ouvi quando Xande, meu personal urologist, me falou que
eu teria que controlar a ingestão de líquido.
E o resultado é que entre uma diálise e outra lá ia eu perder de 4 pra 5
kilos [1]. Já teve vez que eu tinha que
fazer uma sessão suplementar, e tudo tendo a sensação de ter bebido menos água que um camelo
atravessando o Sahara[2].
Meu ganho foi aparecendo
devagarzinho. Primeiro, descobri que o
gelo me permitia não querer água. Mas aí
andava pra todo lado com uma garrafa pet de água congelada. Depois, congelava fruta, que foi uma das
melhores sacadas. Colocava fruta no
congelador e depois ia comendo, quando a sede apertava. O povo aqui de casa, óbvio, não tinha a menor
paciência porque o congelador da geladeira
parecia o Mercado Central [3].
Depois até consegui mudar o
tamanho das pedras de gelo da geladeira aqui de casa. É que quando eu colocava aqueles cacetes de
cubos, já ia minha cota quase toda.
Agora a coisa anda mais
suave. Estou convivendo melhor com minha
sede, como se eu tivesse conquistado uma serenidade zen.
Não preciso de viver olhando
pra um gelo. Não preciso ter gelo à
mão. Não preciso de colocar um megacubo
pra controlar minha sede. A coisa simplesmente
ficou mais fácil. Conquista mesmo.
Baixei meu ganho
interdialítico pra 1.800 a 2.000 e teve uma vez que eu cheguei com uns
miseráveis 350 mililitros. Quer dizer,
umas gotinhas de nada...
Diz ZéAugusto, meu personal
nephrologist, que o coração agradece.
Um dia ele acaba enlouquecendo, com esta variação tão grande de peso,
três vezes por semana. E enlouquece
mesmo, tadinho. Em apenas quatro horas
de diferença, ele bombeia san-gue pra um corpitcho 4 a 5 kilos mais magro...
Ando adorando meu desempenho. Mais que isto, adorando minha serenidade.
[1] Leia-se litros dando sopa pelo corpo afora...
[2] Legítima, diga-se de passagem.
[3] Aliás, coloca “sorveteria” no quadrinho de pesquisa dest’A Saga pra você ver...
Você começa a entender meu problema no
3:20.
O clímax mesmo acontece por volta
do 4:00.
Mas, se eu fosse você, via o vídeo todo e seguia a série.
Mas, se eu fosse você, via o vídeo todo e seguia a série.
13 comentários:
Eu sei bem o que é isso.Basta não poder, que a vontade vem forte mesmo!me lembro do papai com o sal,era medido em balança.Ele pedia para deixar a comida toda sem sal, e adicionava, a porção do dia em um caldo, e ali ele ia controlando a quantidade.Acredito que com a agua, no calor que estava fazendo,deve ter sido barra.Parabens!!!beijos Patricia
Mas também, Patrícia, depois que acalma, eu nem lembro de sentir sede.
Acho que estou ficando menos ansioso.
Beijos
Oi César, e eu não sei? Você se esqueceu da melancia? Você comeu uma melancia aqui em casa. Mas valeu. Um grande beijo, Kenia
um homem salvo pela própria teimosia ;-)
Devagarzinho, Kênia.
Pelas beiradas.
Tive um chefe que falou comigo, Leo:
- Gordinho, nós só vamos brigar se você errar duas vezes do mesmo jeito.
Heurística pura, meu fio
Na época que cuidamos de papai, o sal do dia era medido na tampa da caneta bic (dica do médico). Hoje tem sal em sachê na medida certa. Desde essa época me privo de adicionar sal ao prato, inclusive na salada. Normalmente a gente consome excessivamente o sal. Pobrezinhos dos nossos rins, precisam ser muito valentes mesmo.
PC, rir e fazer rir é o remédio. Para isto, seu talento é imenso, comprável ao seu enorme coração.
Obrigada!
Estou feliz que nem a represa de Cachoeira, AnaC.
Sem água nenhuma.
Fala aí Cesão.
Como tinha falado, tô lendo o Blog desde o começo, incluindo os comentários. Já estou em Abril/2011. Muito boa a história do vovô Cantídio com o Odilon Bherens. Tem mais ?
Grande abraço
Cláudio
Adoro compartilhar das suas experiências. Pão que a gente come junto. Beijos!
O gaiato do Barcellos ali em cima sou eu mesmo. Apelido da turma de GV. Coisas do google. Acho que agora acertei.
Cláudio Ferreira
Você resolve como você chama, Claudinho.
É muito difícil conversar com você assim...
O engraçado é que a bisneta do Odilon é a maior gracinha. Foi ela que falou com o Tomás que estava namorando com ele. Pode?
Falando nisto, estou com um pão sobre você no forno, Laurinha
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